Apesar da recessão, a venda de remédios ainda é um bom negócio. No Brasil, foram comercializados 4,2 bilhões de caixas de medicamentos em 2018, o que representa em valores R$ 62,5 bilhões. Já em 2019, no acumulado de janeiro a junho, as vendas somam R$ 32,9 bilhões. As informações são do presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini. Ele afirma, que esses gastos com remédios se devem principalmente ao fato da sociedade estar envelhecendo e o idoso consumir mais mediação. Os produtos mais vendidos no mercado são os de uso contínuo, para tratamento de doenças como hipertensão arterial e diabetes.
“A alta observada na venda de medicamentos no Brasil se deve, principalmente, ao fato de nossa sociedade estar envelhecendo e, consequentemente, haver um aumento na busca por qualidade de vida. Nesse contexto, os medicamentos asseguram mais longevidade com qualidade de vida”, afirma Mussolini.
Efeitos da recessão na venda de remédios
Apesar da recessão ter atrapalhado as vendas, o setor é o que menos sente os efeitos. “Em razão da sua especificidade, o setor farmacêutico é o último a sentir os efeitos da recessão e, normalmente, o primeiro a se recuperar”, constata Mussolini. “As pessoas precisam cuidar da saúde e a indústria farmacêutica tem como missão melhorar a saúde e o bem-estar da população. A cada ano, novos medicamentos são desenvolvidos, com o objetivo de assegurar mais longevidade e qualidade de vida, o que requer forte investimento por parte das nossas indústrias”.
O presidente do conselho diretor da Associação Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Juan Carlos Gaona Abott, analisa o cenário do País. “Começamos 2019 mantendo o desempenho positivo dos últimos anos. Estamos otimistas, mesmo com a economia não reagindo conforme o esperado. O setor de saúde é bastante resiliente e as vendas estão em linha com o esperado. Esperávamos uma dinâmica de licitações mais positiva no primeiro ano de mandato dos governos estaduais, mas a situação fiscal não pode ser resolvida de uma hora para a outra. O que há é uma melhora no diálogo com o poder público para resolver os problemas. Mas não notamos grandes mudanças em relação ao volume de licitações. O movimento segue relativamente igual ao ano passado.”
Foto: Shutterstock Fonte: Tribuna da Bahia
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