O aumento de casos de gripe H1N1 desde o fim do ano passado colocou população e os governos em estado de alerta, principalmente no Estado de São Paulo. Para tentar combater a propagação da doença, a campanha de vacinação foi antecipada para 11 de abril na Grande São Paulo, quando poderão ser imunizados idosos, crianças maiores de 6 meses e menores de 5 anos e gestantes. Os profissionais de saúde passam a receber a dose da vacina no dia 8.
A infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Riba, Dra. Ana Freitas Ribeiro, esclarece algumas dúvidas:
1 – Qual é a diferença entre os sintomas da gripe H1N1 em relação à gripe comum?
Os sintomas gerais das gripes são febre, dor de garganta, cabeça e no corpo, coriza, mal estar e tosse seca, com início súbito. As crianças também podem apresentar náuseas e vômitos. A gripe H1N1 apresenta sintomas semelhantes aos outros tipos de gripe, mas com mais chance de complicações, como pneumonia viral ou bacteriana, sinusite, otite ou piora de condições pré-existentes, como doenças cardíaca ou pulmonar.
2 – Quando deve-se procurar o médico?
Todos os pacientes que apresentem quadro de gripe e façam parte do grupo de risco – gestantes, puérperas (mulheres que acabaram de dar à luz), portadores de doenças crônicas, obesidade (especialmente a mórbida), síndrome de Down, doenças neurológicas e do desenvolvimento, crianças menores de 5 anos e idosos – devem procurar atendimento precocemente, preferencialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas.
Para os demais pacientes, as unidades de saúde devem ser procuradas imediatamente caso apareçam sintomas como falta de ar, cansaço, piora de doença crônica, persistência ou aumento da febre por mais de três dias.
3 – Como é feito o tratamento?
Inicialmente, o tratamento é realizado com medicamentos que aliviem alguns sintomas, repouso e líquidos. Para os pacientes com sinais de agravamento e com condições de risco para complicações, é indicada a utilização de antivirais, em especial oseltamivir, conhecido comercialmente como Tamiflu.
4– Se o paciente não iniciar o tratamento rapidamente, ele corre mais riscos?
De acordo com a Dra. Ana, um estudo realizado em 2009 mostrou benefício na redução de óbitos por H1N1, com o tratamento antiviral iniciado até 72 horas após o início dos sintomas.
5 – Qual principal tese para o surto precoce de H1N1 em 2016?
O deslocamento de viajantes para regiões onde a circulação de influenza é alta durante o inverno, principalmente países do Hemisfério Norte, como Estados Unidos e Canadá, é apontado como razão para o H1N1 ter chegado com força durante o verão brasileiro. Fenômeno parecido foi registrado em 2013.
6 – Quem deve tomar a vacina?
A vacina disponível no serviço público deve ser tomada pelos grupos de maior risco e estará disponível a partir do dia 11 na capital paulista e região metropolitana de São Paulo. A campanha de vacinação de influenza anual é realizada nas unidades básicas de saúde e outros serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). As vacinas também ficam disponíveis em clínicas particulares.
7 – Como acontece a transmissão?
A transmissão ocorre pela via respiratória, por contato próximo com doentes de gripe, durante a fala, espirro e tosse. Há possibilidade também da transmissão ocorrer pelo contato da mão na boca e olhos, após a exposição à superfície contendo o vírus. O vírus pode começar a ser transmitido até um dia antes do início dos sintomas. O período de transmissão dura sete dias em adultos e até 14 dias em crianças.
11 – Como se prevenir?
A vacinação é a principal medida de prevenção. “É importante que os doentes fiquem em casa, evitem deslocamentos”, disse a infectologista. Os pacientes com gripe devem cobrir nariz e boca ao tossir e espirrar. Outros cuidados são: lavar cuidadosamente a mão com água e sabão ou com álcool em gel; e evitar tocar olhos, nariz e boca.
Foto: Shutterstock
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