Um estudo publicado no periódico The Lancet e apresentado no Congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA), mostrou que a terapia para diabetes semanal Trulicity (dulaglutida), da Eli Lilly, reduziu em 12% os eventos cardiovasculares maiores (3p-MACE), composto por infarto do miocárdio não fatal, acidente vascular cerebral (AVC) não fatal ou morte por causa cardiovascular.
O trabalho que comprovou que a terapia semana para diabetes pode reduzir o risco de infarto e AVC foi realizado com mais de nove mil indivíduos, de 24 países, e 448 investigadores de 371 centros de estudo, incluindo o Brasil. Este também foi o primeiro estudo de um tratamento para diabetes a comprovar redução de eventos cardiovasculares em uma maioria de pessoas que não possuía doença cardiovascular já estabelecida. Com uma duração média de cinco anos e quatro meses, o estudo Rewind é o mais longo registrado desta classe de medicamentos a comprovar o benefício de um tratamento na redução de doenças cardiovasculares maiores.
As doenças cardiovasculares são as principais causas de mortalidade em pacientes com diabetes tipo 2. Em uma revisão de 57 estudos, a prevalência geral de desfechos relacionados ao coração respondeu por cerca de 50% das mortes nesse grupo. O estudo incluiu mais de quatro milhões de pacientes com diabetes em todo o mundo. “O estudo sugere que o Trulicity pode ajudar médicos e pacientes a controlar melhor a glicemia. Assim, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares em longo prazo. Isso contribui para que esses indivíduos com diabetes tenham mais qualidade de vida”, explica o gerente médico de diabetes da Lilly, Anderson Ribeiro. O Brasil tem 13 milhões de pessoas com diabetes, sendo que 90% possuem o tipo 2 da doença, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
Terapia para diabetes semanal pode reduzir o risco de infartos e AVCs
O estudo Rewind comparou o Trulicity (dulaglutida) 1,5 mg ao placebo, ambos em adição ao padrão de tratamento. Assim, visando avaliar os resultados de eventos cardiovasculares maiores nos pacientes. Os resultados mostraram uma redução de 12% de eventos 3p-MACE. Grande parte dos pacientes não possuía nenhum tipo de doença cardiovascular (69%), enquanto 31% deles tinham alguma doença cardiovascular já estabelecida. O estudo também teve um dos mais baixos valores médios de hemoglobina glicada, comparados com outros estudos deste tipo para diabetes até então (7,2 %). Além disso, o estudo teve uma relação equilibrada de mulheres (46,4 %) e homens (53,6 %). Esta população estudada representa as pessoas com diabetes tipo 2 tipicamente atendidas na prática clínica.
O trabalho também trouxe constatações positivas em relação à hemoglobina glicada (A1C). De acordo com a SBD, a meta ideal desse indicador (A1C) é em torno de 7%. Este valor representa o mesmo percentual registrado pelo trabalho que foi apresentado nos Estados Unidos. O Brasil foi um dos países em que foi conduzido o estudo, com um total de 275 pacientes participantes em 15 centros de investigação e 15 investigadores principais. O perfil de segurança de dulaglutida foi consistente com a classe do agonista dos receptores de GLP-1. Os eventos adversos mais comuns que levaram à descontinuação de dulaglutida foram eventos gastrointestinais.
Foto: Shutterstock Fonte: Rewind
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