O Sindicato dos Farmacêuticos de Minas Grais (Sinfarmig) poderá fechar as portas. A organização, que completou 37 anos de existência e representa mais de 24 mil profissionais espalhados por todo o estado, enfrenta dificuldades após a reforma trabalhista.
Com as novas leis, foi extinto o importo sindical, uma das principais fontes de custeio das organizações dos trabalhadores. No fim de 2017, uma estimativa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) apontou que até 100 mil colaboradores dos sindicatos podem ser demitidos.
“Aqui também não é diferente. Já demitimos nossa assessoria de comunicação, advogados e funcionários e estamos com apenas três pessoas. Nós sempre funcionamos das 8h às 18h. Agora, só de 8h ao meio-dia, pois não temos dinheiro para manter a sede aberta por mais tempo”, relata a diretora do Sinfarmig, Júnia Dark Vieira Lelis.
Segundo Júnia, há muitas dificuldades para filiar a categoria e garantir a contribuição voluntária. Primeiro porque os farmacêuticos estão pulverizados pela região, trabalhando em unidades com poucos funcionários, dificultando o contato permanente com os trabalhadores. Em segundo lugar, porque há um discurso e uma mentalidade anti-sindicais que impedem que as pessoas compreendam a importância da organização.
“Uma porcentagem muito pequena se filia. Os sindicatos geralmente têm assessoria jurídica gratuita para a categoria. E têm também os ganhos nas convenções coletivas. Os sindicatos patronais são muito articulados. Se nos desarticularmos ou acabarmos, o trabalhador fica desamparado. O sindicato está aí para fazer com que os direitos sejam cumpridos, lutar por melhores condições de vida, trabalho, remuneração condizente com a responsabilidade do trabalhador”, avalia.
Fonte: Brasil de Fato Foto: Shutterstock
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