Uma mancha que coça às vezes? Crescem, mudam de cor, ficam em alto relevo? Uma lesão nova na pele que não desapareceu em três semanas? Caso você diga sim para alguma dessas perguntas, você pode apresentar sintomas de um início de câncer de pele.
De acordo com o cirurgião oncológico do Hospital 9 de Julho, Dr. Renato Santos, no mundo todo os registros apontam para um crescimento absoluto de incidência dos tumores cutâneos. No Brasil, a doença é responsável por 166 mil novos casos. “Entre as causas para explicar este fenômeno estão o envelhecimento da população, maior número de casos detectados precocemente, bem como a elevação do uso de câmeras de bronzeamento artificial por radiação ultravioleta e uma maior exposição aos raios solares, num momento em que há uma diminuição da camada de ozônio”.
O câncer de pele surge do crescimento desigual e descontrolado das células que compõem os tecidos desse órgão. Para ajudar a avaliar se uma pinta pode ser algo mais grave, o especialista sugere o método ABCDE que analisa: assimetria, se a lesão tem um padrão ou se tem uma metade diferente da outra; bordas irregulares, com contorno mal definido; cor variável, a mesma mancha com diferentes tons ou cores como preta, castanha avermelhada e até azul; diâmetro, se o tamanho é maior que 6 mm e Evolução, como crescimento e sangramento.
Entre os tipos mais comuns do câncer de pele estão:
Carcinoma basocelular: é o mais comum, porém o menos agressivo. Este tipo de câncer surge com mais frequência em regiões mais expostas ao sol, como rosto, nariz, pescoço, orelhas e couro cabeludo.
Carcinoma espinocelular (CEC): conhecido também como epidermóide é o segundo mais comum dentre todos os outros tipos de câncer. A pele normalmente apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda na sensibilidade. É frequente que apresente ulceração. Além disso, pode dar metástases.
Melanoma: é o tipo menos frequente, porém o mais agressivo e letal. Tem origem nas células responsáveis pela produção da melanina, os melanócitos e é considerado o mais grave. Em geral, tem aparência de uma pinta de bordos irregulares, de cores variadas (variando entre tons de castanho, vermelho e preto e áreas esbranquiçadas), maiores que 0,6 mm e que apresentou crescimento.
Caso o médico identifique alguma anomalia, é necessário avaliar se o tumor é benigno ou maligno. Caso seja benigno, o tratamento pode ser cirúrgico com remoção e sutura simples, eletro-curetagem (corrente elétrica) ou criocirurgia (congelamento). Já para o tratamento de tumor de pele maligno, a cirurgia é a principal forma de tratamento. Assim, dando margens oncológicas adequadas. Em situações especiais poderá ser utilizada a radioterapia, a imunoterapia (utiliza o próprio sistema imunológico para criar as defesas do organismo contra o câncer), a terapia fotodinâmica e a quimioterapia.
Cuidados na prevenção
O modo mais eficaz de prevenção do câncer de pele é não exposição ao sol das 10h às 16h e o uso de protetor solar diariamente. Para o Dr. Santos, os bons hábitos de proteção e hidratação da pele devem ser estimulados desde cedo. “A pele não esquece e vai acumulando ao longo da vida os resultados da exposição solar (mutações). Por isso, a proteção deve ter início já na infância”, alerta e lembra a importância de ir ao dermatologista uma vez ao ano para fazer uma avaliação completa da pele.
Foto: Shutterstock Fonte: Hospital 9 de Julho
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