A ideia do tratamento para diminuir o risco de acidentes vasculares cerebrais (AVC), chamado de “polypill” ou superpílula, cuja composição pode variar, foi apresentada há quase 20 anos. Mas o novo estudo, publicado na revista médica The Lancet, é o primeiro em grande escala para avaliar sua eficácia durante tal período.
O teste comparativo envolveu uma população rural turcomana do Irã, com idade entre 50 e 75 anos. Um total de 90% dos sete mil participantes não tinham antecedentes de doenças cardiovasculares e quase metade eram mulheres.
Um grupo recebeu apenas conselhos sobre higiene de vida, como fazer atividade física e parar de fumar. Enquanto isso, os demais participantes receberam a orientação e também tomaram a multi-pílula. No conjunto, o risco de sofrer um acidente cardiovascular caiu 34% no segundo grupo em comparação com o primeiro.
Comparado com pessoas que tomam outros remédios cardiovasculares, o efeito protetor global cai a 22%. Porém, continua sendo significativo, destaca a revista.
O tratamento continha doses reduzidas de dois medicamentos contra a hipertensão e uma dose moderada de um anticolesterol, bem como aspirina. Assim informou o professor da Universidade de Medicina da província iraniana de Golestan, Gholamreza Roshandel.
A estratégia da superpílula
“Mais de 75% das 18 milhões de pessoas que morrem vítimas de doenças cardiovasculares a cada ano vivem em países com renda baixa ou média”, recordou o coautor do estudo, Dr. Nizal Sarrafzadegan.
A estratégia de uma superpílula barata, “se adotada em grande escala, poderia desempenhar um papel chave na concretização do ambicioso objetivo da Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo vida reduzir a mortalidade prematura provocada por enfermidades cardiovasculares em pelo menos um terço até 2030”, destacou.
O estudo não permite uma generalização para outras populações. Uma pílula que reúne um coquetel de medicamentos, no entanto, facilita o respeito ao tratamento. Afinal, 63% dos participantes no estudo o seguiram de maneira adequada.
Foto: Shutterstock Fonte: IstoÉ Dinheiro
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