Efeitos colaterais não são novidade para nenhuma consumidora que usa pílula anticoncepcional: inchaço e aumento de peso, dores de cabeça e, inclusive, diminuição da libido são reações comumente citadas por usuárias do medicamento. Porém, em alguns casos, a situação pode ser bem mais grave. Cerca de 10 a cada 10 mil consumidoras de contraceptivos orais combinados (pílulas com estrogênio e progesterona na composição) sofrem com trombose, embolia pulmonar ou Acidente Vascular Cerebral (AVC).
O número de discussões sobre os efeitos do uso de anticoncepcionais tem aumentado cada vez mais nos últimos anos: por um lado, há uma comprovação de que mulheres que tomam pílulas combinadas possuem mais chances de desenvolver tromboembolismo, mas existem outros fatores para levar em conta. Primeiro, a chance é bem reduzida e, segundo, depende da propensão e do histórico de cada mulher. Resumindo: não há um consenso entre os médicos sobre quais são os reais perigos dos contraceptivos orais, apenas uma concordância de que os benefícios superam os riscos.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atualizou no ano passado informações sobre os efeitos colaterais graves dos anticoncepcionais, após receber um número grande de reclamações a respeito dos contraceptivos compostos. Segundo o documento disponibilizado pela Agência, o risco de trombose associada às medicações orais varia conforme o tipo de progestagênio da pílula e não do histórico de risco de cada mulher.
Entenda alguns dos riscos graves do uso de contraceptivos orais combinados:
Trombose: ela é causada por um coágulo formado dentro de veias ou artérias, que bloqueia a passagem do sangue. Dependendo do lugar em que se forma o coágulo, ele pode causar o entupimento de vias importantes do corpo, como pulmão e cérebro. O risco dos anticoncepcionais orais está relacionado à variação de hormônios, uma das principais causas da trombose. O controle das doses de hormônios presentes nas pílulas tem ajudado na redução da incidência de tromboses, mas o risco ainda existe.
Embolia pulmonar: a embolia pulmonar surge quando a trombose obstrui as artérias dos pulmões, normalmente por coágulos formados em veias profundas das pernas ou da pélvis e liberados no sangue. A gravidade dessa condição está relacionada ao tamanho do êmbolo, pois os maiores podem interromper completamente a circulação pulmonar. Entre os fatores de risco, junto com os anticoncepcionais, estão imobilidade prolongada, cirurgias, varizes, obesidade e tabagismo.
AVC: o risco de acidente vascular cerebral, ou derrame, associado ao uso da pílula é cada vez menos frequente devido à redução do teor de estrogênio nos anticoncepcionais. O risco atual é de dois casos em cada 10 mil mulheres. Ele acontece quando um coágulo de sangue chega a um vaso do cérebro, obstruindo a passagem de sangue. Alguns fatores que aumentam o risco de AVC são o cigarro, o acúmulo de gordura localizada e consumo de frituras. O uso do contraceptivo aliado ao fumo, por exemplo, aumenta as chances.
Fonte: Donna Foto: Shutterstock
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