Depois de participar do Zibra, projeto que mapeou a geografia da disseminação do vírus do zika pelo Brasil, em um esforço conjunto com cientistas brasileiros e estrangeiros, o epidemiologista português Nuno Faria, especialista em doenças tropicais na Universidade de Oxford, volta ao País em julho para dar início aos trabalhos do CADDE, novo centro de pesquisas de arbovírus, que são os vírus transmitidos por insetos, como zika, dengu , febre amarela e chikungunya.
A iniciativa vai reunir pesquisadores do Brasil e do Reino Unido, coordenados por Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, da Universidade de São Paulo (USP), e financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Nas Américas, Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), da Organização Mundial de Saúde (OMS) contabilizou 741 mil casos de dengue neste ano, 79% deles no Brasil, dos quais 45% em São Paulo. Dados preliminares já confirmam que houve uma nova linhagem da dengue do tipo 2, vinda do Caribe. Outra explicação alternativa é uma suspeita de que pacientes que manifestaram zika há um tempo tenham desenvolvido uma pré-disposição para desenvolver uma dengue mais severa.
Surtos de febre amarela
Dados epidemiológicos e genômicos indicam que, de sete a 14 anos, surge uma nova linhagem de vírus de febre amarela cujo foco começa na Amazônia e depois se espalha pelo País inteiro até chegar ao Sudeste, que é onde concentram as maiorias dos casos. No último surto, entre 2016 e 2017, o Brasil registrou quase 800 casos. Foi o maior surto desde a década de 1920, chegando a lugares onde não chegava havia décadas, como a cidade de São Paulo. No Estado de São Paulo, porém, há registros de surtos de oito em oito anos. Logo, em 2024, espera-se um novo episódio. Cinco anos é o tempo para identificar as causas e vacinar a população que está em risco.
Fonte: Época-SP
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