Doença neurológica que afeta 4 milhões de pessoas no mundo, o Parkinson é cercado de muito preconceito. O indício mais conhecido é o tremor, porém outros sintomas também existem. Durante a doença, ocorre a queda dos níveis de dopamina no cérebro – substância responsável pela comunicação dos neurônios que comandam os movimentos do corpo. Como ela se distribui amplamente no organismo, qualquer parte do corpo pode ser atingida.
Segundo a neurologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Roberta Arb Saba, no momento da detecção da doença, a maior dúvida do paciente é como a doença vai evoluir e como afetará a sua vida. Esses questionamentos serão respondidos com o tempo, pois a doença de Parkinson age em cada um de maneira particular. Para o diagnóstico, é preciso um acompanhamento minucioso do neurologista, que identificará a doença observando os sintomas apresentados. O quadro não tem cura, porém há tratamentos que contribuem para a melhor qualidade de vida do paciente.
“Hoje, a indústria farmacêutica avançou muito nas opções de tratamento da doença de Parkinson. Há medicamentos que aliviam os sintomas para que o paciente tenha mais autonomia e maior controle de seus movimentos”, explica o diretor médico da Teva Farmacêutica no Brasil, Marco Petti.
Conheça mais sobre a Doença de Parkinson:
– O tremor é um sintoma exclusivo da doença de Parkinson?
Mito. Outras doenças neurológicas ou fatores externos também podem causar tremores nas mãos e outras partes do corpo. Por isso é importante manter uma rotina médica para a identificação precoce de qualquer doença.
– Não há cura para a doença?
Verdade. Infelizmente, ainda não há cura, entretanto há tratamentos que aliviam os sintomas causados pela doença e permitem que os pacientes convivam bem com ela. Além disso, quando o paciente não responde mais aos medicamentos, há a possibilidade de realizar intervenção cirúrgica.
– O paciente não pode praticar atividade física?
Mito. Praticar exercícios não é proibido, pelo contrário, é recomendado. O tipo e a intensidade da atividade dependerá do quadro clínico do paciente. Segundo a Dra. Roberta, “a prática de atividade física colabora para a qualidade de vida do paciente e para a melhora de seus movimentos”. O médico é a pessoa indicada para avaliar cada quadro e dar as orientações da melhor atividade.
– A doença é degenerativa?
Verdade. Com o passar do tempo, ela pode ir afetando cada vez mais as funções motoras e não motoras do paciente, porém cada pessoa passará pela evolução em um tempo determinado, não sendo possível determinar com antecedência como a doença vai avançar.
– Apenas idosos podem ser diagnosticados com a doença?
Mito. A maioria das pessoas com Parkinson é diagnosticada por volta dos 60 anos, mas estimativas apontam que, em torno de 15% das pessoas com a doença, podem ter os primeiros sintomas motores antes dos 40 anos.
– A doença não afeta apenas o sistema motor?
Verdade. Sintomas não motores, como dificuldade para dormir, depressão, apatia, ansiedade, pensamento lento ou perda de memória, constipação e perda do olfato também se manifestam em alguns pacientes.
– Quanto mais cedo se inicia o tratamento, melhor?
Verdade. Como o Parkinson é uma doença progressiva, médicos defendem que, quanto antes se iniciar o tratamento, melhor para o paciente seguir com uma vida normal, minimizando os impactos dos sintomas.
– A pessoa com doença de Parkinson não consegue trabalhar?
Mito. A doença se manifesta de forma diferente nos pacientes. Além disso, há tratamentos que ajudam o paciente a manter a autonomia por mais tempo e realizar diversas atividades sozinho, inclusive ter uma rotina de trabalho normal.
– É importante cuidar da alimentação?
Verdade. Alimentar-se bem é indicado para todas as pessoas e, para um paciente com doença de Parkinson, pode ser um hábito ainda mais benéfico. Uma dieta balanceada e com os nutrientes e vitaminas corretas pode aliviar alguns sintomas, como a perda de peso por falta de apetite, a constipação e os ossos fracos. O nutricionista poderá ajudar com a dieta adequada dependendo do tipo de medicação utilizada pelo paciente.
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