Quando se fala em fadiga, a palavra cansaço é a primeira que vem em mente, porém, segundo o neurologista e membro titular da Academia Brasileira de Neurologia, Dr. Renan Barros Domingues, existe muita confusão entre o que é a fadiga e o que é o cansaço. / Saiba identificar os sintomas.
“O cansaço é, sim, relacionado ao estilo de vida e ocorre proporcionalmente ao esforço físico e mental diários. Já a fadiga é um sintoma de intensidade desproporcional ao esforço diário, ou seja, nela, a sensação de cansaço é muito maior do que seria esperado para o esforço realizado (um pequeno esforço causa muito cansaço)”, esclarece.
Além do esgotamento físico, o sintoma também se manifesta na forma mental. Uma vez que está relacionada à sensação de extremo cansaço e esgotamento, a fadiga mental significa condições mentais de estresse, que se traduz em dificuldade para se concentrar, realizar atividade mental, ou seja, pensar.
“Uma pessoa com fadiga mental extrema pode não conseguir prestar atenção à sua volta, perceber a situação à sua frente, tomar decisões. Quando alguém está fadigado, muitas vezes, precisa interromper seu trabalho/estudo, descansar, dormir”, explica a psicóloga e membro da diretoria da Associação de Psicologia de São Paulo (ASPSP), Dra. Cleusa Sakamoto.
Nos casos de fadiga mental, o perfil de personalidade poderá indicar, de certa forma, algum sintoma mais característico, por exemplo, uma pessoa bastante rígida em relação à autoexigência tenderá a apresentar crises de ansiedade; outra mais afetiva poderá ter crises de choro.
“O importante na sintomatologia é perceber que o mal-estar está relacionado a cansaço extremo e isto não é difícil notar. Na verdade, nos dias de hoje, estamos acostumados a ‘passar do limite’ e não respeitar o estado de cansaço, quer físico ou mental. Dormimos cada vez mais períodos menores de tempo e consideramos isto certo, mesmo que o nosso corpo se queixe e acordemos cansados”, comenta.
Foto: Shutterstock
Comentários