A esclerose múltipla é uma doença neurológica autoimune rara, que afeta principalmente mulheres jovens. Atualmente, cerca de 73 mil pessoas convivem com a doença na América Latina e 67% dessas pessoas são mulheres.
A esclerose múltipla ainda não é facilmente identificada e o diagnóstico no Brasil ainda demora em média seis meses a um ano para acontecer. Apesar do avanço, os sintomas da esclerose ainda são muito confundidos com os de Acidente Vascular Cerebral (AVC), labirintite, câncer e com problemas de visão. Assim, aumentando a demora do diagnóstico.
“Acredito que esse número de 73 mil pessoas com esclerose múltipla na América Latina ainda seja subestimado justamente pela dificuldade no diagnóstico. A esclerose múltipla ainda é uma doença rara no Brasil, mas ela possui um grande impacto não apenas na vida de quem tem a doença, mas também na sociedade”, afirma o médico professor adjunto de neurologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dr. Denis Bichuetti.
Dificuldade no diagnóstico
Essa demora faz a doença progredir devido ao início tardio do tratamento. Além disso, os pacientes com esclerose múltipla ainda são alvo de muito preconceito.
Segundo a pesquisa preliminar realizada pelo Charles River Associates, encomendada pela farmacêutica Merck, 78% das mulheres com esclerose múltipla afirmaram que a doença afetou sua vida profissional. Outro dado de destaque é que 50% das pessoas com esclerose, em idade produtiva, não possuem ocupação com renda. Isso ocorre pela falta de apoio no local de trabalho e pelo preconceito.
Além disso, 34% das mulheres com a doença afirmaram que decidiram não ter mais filhos após o diagnóstico. “Nos Estados Unidos, a esclerose múltipla é a primeira causa de incapacidade neurológica abaixo dos 50 anos de idade. No Brasil, ela não é a primeira apenas porque perde para ferimentos por arma de fogo, armas brancas e acidentes automobilísticos”, complementa o Dr. Bichuetti.
Casa da Esclerose Múltipla da Merck
As informações e o impacto da esclerose múltipla na vida das pessoas foram abordadas na inauguração da Casa da Esclerose Múltipla, organizada pela Merck em parceria com a Organização Não Governamental (ONG) Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME), no shopping D&D, em São Paulo (SP).
A casa mostra atitudes comuns do dia a dia, como pentear os cabelos ou se olhar no espelho, através do olhar de uma pessoa com a doença. A casa tem ativações que permitem que as pessoas sintam os sintomas da doença sem tratamento. Alguns dos sintomas são: visão dupla, dificuldade ao andar, tremedeiras e tonturas.
“Eu tinha muitos sonhos e quando recebi o diagnóstico pensei que todos esses sonhos teriam que ser jogados fora. Eu me enganei e hoje tenho uma vida normal e me preparo para o melhor momento da minha vida: ser pai”, afirma o diretor executivo da AME e portador da doença, Gustavo San Martin.
Atualmente, a esclerose múltipla é uma doença tratável através de medicamentos com corticóides, transfusões de plasma e medicamentos injetáveis. Dentre os pacientes que recebem o diagnóstico rápido e que seguem o tratamento corretamente, 80% deles tem a progressão da doença interrompida. Assim, mantendo a expectativa de vida quase a mesma de uma pessoa sem a doença.
“A esclerose múltipla é uma das doenças mais previníveis que existem. Afinal, se conseguimos diagnosticar precocemente, toda essa cadeia de evolução pode ser completamente bloqueada”, conclui o Dr. Bichuetti.
A Casa da Esclerose Múltipla que está em sua terceira edição, é uma iniciativa da farmacêutica Merck. Ela marca o Agosto Laranja em conscientização a doença.
Local: shopping D&D – Avenida das Nações Unidas, 1255 – Broklin, São Paulo – SP Data: 21 a 24 de agosto de 2019 Horário: 10 horas às 20 horas Entrada: gratuita
Foto: Merck – Ybirá Sorrentino Fonte: Guia da Farmácia
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