As arritmias cardíacas representam grande perigo à saúde da população em geral, e principalmente daquelas que já tiveram um infarto ou têm alguma doença cardíaca. Isso porque, em muitos casos, elas podem ocasionar paradas cardíacas capazes de desencadear, entre outras complicações, intercorrências fatais, como a chamada morte súbita. Nos Estados Unidos, por exemplo, ocorrem cerca de 450 mil casos de morte súbita por ano. No Brasil, até o momento, já ultrapassamos a marca de 330 mil mortes desde o início deste ano, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Um outro tipo de arritmia cardíaca muito comum e capaz de provocar o Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) é conhecida como fibrilação atrial. “O distúrbio, que altera tanto a frequência quanto o ritmo cardíaco, é o mais frequente na atualidade. No Brasil, estima-se que cerca de dois milhões de pessoas sejam afetadas por esta arritmia”, afirma o cardiologista do Serviço de Arritmias Cardíacas do HCor, Dr. Enrique Pachón.
Sintomas e tipos de arritmias cardíacas
Os sintomas mais comuns das arritmias cardíacas são palpitações, escurecimento da vista, tonturas, desmaios, palidez, sudorese, mal estar, dores no peito e falta de ar. “Muitos pacientes não têm sintomas e a descoberta da arritmia é acidental, sendo que a morte súbita pode ser a primeira e a única manifestação.
No ritmo normal, o coração bate de 50 a 90 bpm (batimentos por minuto). Quando o coração bate em ritmo lento (abaixo de 50 bpm), temos uma bradicardia. Já quando o coração bate em ritmo acelerado (acima de 100 bpm em repouso), temos uma taquicardia. “Assim como no infarto, as arritmias podem ser evitadas e controladas com algumas medidas preventivas como reduzir o estresse, ter uma alimentação balanceada, rica em legumes, frutas e verduras, não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas e de energéticos, não fumar e praticar atividades físicas regularmente.
Diagnóstico e tratamento de arritmias cardíacas
o diagnóstico das arritmias cardíacas é feito através de uma minuciosa avaliação clínica e por exames como o eletrocardiograma, Holter, teste ergométrico e o estudo eletrofisiológico entre outros. Já o tratamento é feito utilizando medicamentos específicos, implante de marca-passos e a ablação por radiofrequência (que podem tratar de forma definitiva as arritmias cardíacas). “Esta última é realizada através de cateteres que são levados ao coração por veias e artérias, sem a necessidade da abertura do tórax”, explica.
Ablação por radiofrequência é o procedimento mais eficiente para o tratamento definitivo das arritmias cardíacas. É realizada através dos cateteres por veias e artérias, sem a necessidade de abertura do tórax, sendo sugerida ao paciente quando a arritmia representa algum risco ou não responde ao tratamento com medicamentos. Atualmente a ablação realizada no laboratório de arritmias do HCor conta também com um moderno sistema de mapeamento computadorizado 3D. Com o objetivo de auxiliar os médicos na identificação e localização dos focos de arritmias, aumentando consideravelmente o índice de sucesso nas ablações, e reduzindo drasticamente os riscos da manipulação do coração e também do uso dos Raios X.
Outros tratamentos: os modernos marca-passos cardíacos que conseguem fazer o diagnóstico e tratar as arritmias mais graves, ao aplicar estímulos automáticos no coração, são os chamados desfibriladores implantáveis, mesmo que o paciente apresente a arritmia muito longe do hospital ou de seu médico. “É como se o paciente carregasse, dentro de si, o seu médico, para tomar as providências na hora que precisar. Os marca-passos ressincronizadores também podem tratar a insuficiência cardíaca, ao estimular as áreas específicas do coração e recuperar a força de contração”, esclarece Dr. Pachón.
Como prevenir arritmias cardíacas
Caso o paciente não tome os cuidados necessários ou não procure avaliação médica, as chances de um evento cardíaco de alto risco ocorrer só aumentam. Por isso, é preciso ter atenção ao problema. “Evitar as arritmias ainda é a melhor maneira de impedir morte súbita ou derrames causados pela doença”, diz o médico.
Vale lembrar que mais de 95% das mortes súbitas ocorrem fora do ambiente hospitalar. “Por isso, ter conhecimento do suporte básico de vida, por exemplo, pode garantir a rápida intervenção. Assim, aumentando consideravelmente a taxa de sobrevida durante um evento. Quando as manobras de ressuscitação são iniciadas imediatamente e em até sete minutos após a parada cardíaca, mais da metade dos pacientes pode ser salva. A sobrevida dos pacientes que sofrem uma parada cardíaca pode ser totalmente modificada quando utilizamos adequadamente o desfibrilador automático, cada vez mais presente em muitos locais públicos”, revela Dr. Pachón.
Foto: Shutterstock Fonte: HCor
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