Os serviços farmacêuticos e as salas clínicas vêm crescendo no Brasil. Levantamentos apontam que, até julho deste ano, o País já contava com 2.978 salas especializadas nestes serviços. “A projeção é que somente as farmácias associadas da Associação Brasileira Redes Farmácias Drogaria (Abrafarma), realizem mais de três milhões de atendimentos em 2019. Assim, representando um crescimento de 39% em relação aos dois últimos anos”, afirma o coordenador técnico da Assistência Farmacêutica Avançada da Abrafarma, Cassyano Correr.
Esse foi um dos temas abordados no primeiro dia do Congresso de Clínicas Abrafarma, o primeiro congresso exclusivo sobre o tema.
O evento acontece hoje (07/11) e amanhã (08/11), em São Paulo (SP), e conta com a presença de especialistas no setor. “A saúde está mudando. Hoje, o custo com a saúde representa 9% do Produto Interno Bruto (PIB) e essa porcentagem tende a aumentar para 25% devido ao envelhecimento da população e da falta de promoção e prevenção da saúde. As farmácias e os serviços clínicos têm um papel importantíssimo nisso, porque são o elo com maior capilaridades com a população”, afirma o vice-presidente da Abrafarma, Eugenio De Zagottis.
Tecnologia como aliada
A população está vivendo mais e buscando mais qualidade de vida para esses anos extras. Desse modo, a tecnologia é uma aliada neste processo. “Hoje, podemos monitorar nossa saúde com aplicativos e aparelhos que andam conosco, armazenando todas as informações em nosso celular, que sabe muito mais sobre mim, do que qualquer médico saberá em toda a minha vida. Devemos usar isso a nosso favor e trazer tais tendências para as farmácias, nos mantendo relevantes mesmo neste cenário”, afirma o CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto.
A resposta para isso é oferecer soluções aos problemas da população. “Não podemos mais ser meros vendedores de produtos. Temos que descobrir novamente a nossa relevância para o consumidor e ser solucionadores de problemas”, complementa o CEO.
Congresso de Clínicas: problemas na saúde
A saúde ainda é um problema crônico no Brasil. Por ano, 100 mil pessoas morrem de Acidente Vascular Cerebral (AVC) no País e 300 mil morrem por alguma doença cardiovascular. Ambas, causas de morte fáceis de prevenir com o controle e monitoramento da pressão e dos níveis glicêmicos.
“A farmácia tem um papel essencial na prevenção dessas mortes, mas precisamos juntar os pontos que estão desconectados, para atuar da forma correta na saúde. Nosso foco deve ser aumentar o mix de serviços, agregando mais valor” complementa Mena Barreto.
Serviços essenciais
O usuário da farmácia está mudando e também o papel do canal em si. “Deixamos de apenas vender medicamentos e não medicamentos e passamos a cuidar das pessoas, a criar um relacionamento com elas”, afirma o CEO da AdhereRx Inc, Jim Danahy.
De acordo com o executivo, alguns serviços essenciais para as farmácias são: revisão dos medicamentos tomados, sincronização dos medicamentos prescritos, vacinas e injeções, testes de laboratório, documentação dos Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM), planos de cuidado, entre outros.
Atualmente, as pessoas com mais de 50 anos de idade representam mais da metade dos usuários das salas clínicas. Já a população de 25 a 49 anos aparece em seguida, representando 37,55% deste público. Além disso, os usuários dos serviços farmacêuticos clínicos são predominantemente mulheres, que em 70% dos casos buscam avaliações e exames, bem como auxilio com a administração de medicamentos.
“É nosso papel registrar melhor a jornada do cliente e trazê-lo de volta para a farmácia. Uma dica é usarmos os aplicativos de mensagem para agendar o retorno do cliente, para lembrá-lo, por exemplo, da data em que o medicamento acabará ou que o próxima aferição de pressão deve ser feita”, afirma Correr.
Congresso de Clínicas: Point of care
O Point Of Care (POC) também foi tema do Congresso, que contou com a tecnologia do Hilab. A tecnologia mediu o perfil lipídico dos presentes no evento, apresentando o resultado em até 15 minutos, direto na tela do celular.
A Abbott também apresentou suas opções de testes rápidos e palestrou sobre o acesso, a qualidade, a segurança e a tecnologia destes testes. A farmacêutica afirma que o método de seus POCs são simples como os tradicionais testes de gravidez, que apresentam o resultado de maneira simples e rápida, no momento seguinte a execução do exame. Assim, não apresentando dificuldades para a aplicação pelo farmacêutico.
Devido a legislação brasileira, os POCs ainda não estão disponíveis em todas as farmácias. O mercado aguarda a Resolução da Diretoria Colegiada, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a RDC – 44, que de acordo com a agência: dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Assim, regularizando os testes rápidos e seu uso.
Acompanhe a cobertura completa do primeiro Congresso de Clínicas no instagram do Guia da Farmácia: https://www.instagram.com/guiadafarmacia/
Fonte: Guia da Farmácia
Foto: Abrafarma
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