No segundo trimestre de 2019, o mercado brasileiro de bens de consumo massivo (FMCG) registrou índice positivo de frequência de compra. É a primeira vez que isso acontece desde o mesmo período de 2018, de acordo com o levantamento Consumer Insights da Kantar. No período de julho a setembro deste ano, a quantidade de idas ao ponto de venda cresceu 7%. Isso significa que, em média, as famílias fizeram uma visita a mais aos estabelecimentos para se abastecer.
Além disso, o volume médio em unidades compradas também aumentou 2,1% e o gasto médio em 3,5% para consumo dentro do lar em relação ao trimestre anterior.
Aumento das idas ao ponto de venda
Fora do lar, a frequência também registrou crescimento de 3,5%. Este número indica que, nesse período, as famílias fizeram uma refeição a mais em estabelecimentos comerciais, por exemplo.
Desse modo, nos últimos anos, devido à redução da renda e ao aumento do endividamento, os itens de FMCG passaram a pesar cada vez mais no bolso. Assim, obrigando os brasileiros a fazer escolhas e repensar o consumo na tentativa de manter o mesmo padrão. Com limitações financeiras, as famílias cortaram gastos e elegeram os itens que consideram indispensáveis para manter no carrinho.
No momento desta decisão, cada classe racionaliza de uma maneira. Em linhas gerais, a classe AB, que perdeu mais de 500 mil lares devido à crise, reduziu o volume médio comprado, enquanto as classes CDE diminuíram as visitas aos estabelecimentos.
Em relação às categorias, o brasileiro, independente de classe social, tem certo padrão de prioridades. Na hora de comprar, os shoppers buscam nos produtos qualidade, conveniência, valor e benefícios. “Neste cenário, para manter essas prioridades, nem sempre o carrinho fica com as opções mais baratas. Apesar de preço ser, sim, importante, ele pode não ser o fator primordial de decisão em diversas ocasiões de compra”, analisa a diretora de marketing e insights da Kantar, Giovanna Fischer.
Vale ressaltar ainda que os mais de nove milhões de lares seniores no País já são responsáveis por 16% dos gastos com FMCG e têm claras as suas necessidades, como busca por saudabilidade.
Foto: Shutterstock Fonte: Kantar
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