A farmacêutica Biolab começa a exportar o medicamento Vonau Flash (ondansetrona) para países da América Latina no próximo ano. A empresa fechou um acordo com uma grande farmacêutica nacional que tem operações em outros países da região para a distribuição, propaganda e venda do medicamento. O diretor técnico científico da farmacêutica brasileira, Dante Alario Junior, disse que o laboratório conseguiu ter aprovado o registro do medicamento na Colômbia e no Peru.
“Já iniciamos o processo de certificação na Argentina. A entrada nesses países deverá acontecer, com certeza, em 2020. Além disso, já temos registro aprovado na África do Sul, Oriente Médio e Moçambique. Entretanto, nesses países vamos usar a distribuição de parceiros locais. Em Moçambique, por exemplo, já temos acordo com a portuguesa Medis ”, afirmou o executivo.
Expectativas da exportação do Vonau Flash
Com o Vonau, a Biolab poderá dobrar a receita com as exportações no próximo ano. De acordo com Alario, atualmente as vendas externas representam de 3% a 5% da receita líquida da companhia. Para este ano, a expectativa é deter vendas líquidas de R$ 1,6 bilhão. “Podemos chegar perto de 10% de nossa receita com exportações. Por um tempo esse será o nosso carro chefe na exportação.”
Atualmente, a Biolab envia medicamentos para hipertensão, contraceptivos e antibióticos para países da África e Oriente Médio. “Estamos preparados para o crescimento de volume exportado e temos uma ociosidade de 30% em nossas unidades. Então, temos como atender a alta da demanda com os embarques do Vonau”.
O medicamento é produzido na unidade da Biolab em Jandira, no interior de São Paulo, e por mês são fabricados 600 mil caixas ou 7,2 milhões por ano. A fábrica tem capacidade para produzir 150 milhões de unidades por ano. Atualmente, a produção anual é de 110 milhões.
“Estamos iniciando o processo de certificação do Vonau na Food and Drug Administration (FDA), o órgão regulador americano. Os Estados Unidos (EUA) representam 40% das vendas mundiais de medicamentos. É um mercado muito importante. Por isso, uma das funções do nosso centro de pesquisa de desenvolvimento no Canadá é adequar os medicamentos para os EUA”, disse o diretor.
Projetos de expansão
A fábrica de Jandira já passou por auditorias de órgãos reguladores da Colômbia, Venezuela, Bolívia, Argentina e México. As mesmas auditorias avaliaram o Vonau. Além disso, o executivo disse que a Biolab poderá transferir a produção desse medicamento para a sua quinta fábrica em Pouso Alegre (MG). O projeto, ainda em construção, deve somar investimentos de R$ 450 milhões e dobrará a capacidade instalada da empresa no Brasil. Atualmente, a companhia pode produzir 175 milhões de caixas de medicamentos por ano em suas quatro unidades no País, em Taboão da Serra, Bragança Paulista, Jandira, todas no interior de São Paulo e uma no Rio de Janeiro. No ano passado, a Biolab produziu 150 milhões de unidades.
“Temos capacidade de dobrar a produção na fábrica de Jandira. Mas, caso essa exportação cresça além desse volume, podemos sim levar esse medicamento também para Pouso Alegre. Mas, esse projeto não é para agora. Não podemos depender somente de um medicamento ou o negócio não se sustenta. Por isso, investimos continuamente em inovação e pesquisas”, afirmou o executivo.
A Biolab aplica cerca de 10% de seu faturamento em pesquisa e inovação. Em 22 anos de operação, a companhia já lançou mais de 40 produtos considerados inovadores. “Temos mais de 270 mil patentes depositadas e 91 já concedidas em diversos países. Não dá para se pensar em uma indústria que sobreviva somente com medicamentos genéricos. Sem inovação, com o passar do tempo, ela morre.”
Foto: Biolab Fonte: Valor Econômico
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