É fato que as discussões sobre o tamanho da crise e como ela tem afetado cada um dominam as rodas de conversa, sejam entre empresários ou consumidores. Mas é importante não se deixar abater pelo momento de pessimismo. As energias devem estar focadas, agora, em maneira de tornar a loja mais eficiente. Conheça alguns passos importantes para fechar uma conta positiva no fim do mês.
1. Reforce a parceria com os fornecedores
Diante do cenário de instabilidade no País, o departamento de compras da loja exerce um papel fundamental para que o estoque do varejista seja compatível com o novo patamar de vendas (sem que haja rupturas) e acompanhe as novas demandas do consumidor.
Para ajudar os profissionais dessa área nessa empreitada, os fornecedores são ótimos aliados, seja na conquista de bons preços ou outros diferenciais competitivos. “É por meio desse relacionamento que os varejistas podem conseguir descontos em produtos, prazos maiores de pagamento, artigos de qualidade e outros benefícios que poderão ser revertidos ou repassados aos clientes finais”, destaca o consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, de São Paulo (Sebrae-SP), Bruno Zamith, acrescentando que a gestão do estoque melhora, consideravelmente, com a flexibilização dos lotes mínimos de compra.
“Com isso, o empresário pode ajustar suas compras de acordo com a demanda real dos clientes”, justifica. E os bons fornecedores, além de ajudar, não fazem com que a operação da loja fique em risco.
“Um grupo de fornecedores de primeira linha e que apresenta robustez financeira, traz uma garantia maior de que honrará os compromissos firmados e de que vai manter a qualidade do serviço prestado. Em contrapartida, empresas pouco estruturadas tendem a economizar de todas as formas, inclusive, comprometendo a qualidade dos seus produtos”, alerta o diretor vogal do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e sócio da TA Consult, Fabio Itano.
A possibilidade de contar com verdadeiros consultores e não apenas vendedores, pode fazer toda a diferença nos resultados finais. “O bom fornecedor é aquele que ajuda o varejista a entender o mercado e a comprar o que realmente tem potencial para ser vendido na região em que atua”, finaliza o professor de varejo do Centro Universitário Newton Paiva, de Belo Horizonte (MG), Leandro Silva.
2. Reveja o regime tributário
O regime tributário de uma empresa pode mudar de acordo com o seus ganhos e esta alteração pode ser feita anualmente. “Se no ano anterior um regime se mostrou mais adequado pela empresa, com mudanças econômicas e consequentemente redução ou aumento nos resultados, pode ser que o regime escolhido hoje não seja mais tão interessante quanto foi na ocasião”, pondera a consultora do Sebrae-SP, Ana Luiza Santos Santana, lembrando que outros fatores podem influenciar na mudança do regime, como inclusão de novos produtos; prestação de atividades diferentes; aumento ou diminuição do valor da folha de pagamento.
O diretor tributário da Crowe Horwath, Thiago Santana, explica que, entre as regras estabelecidas, o empresário poderá optar pelo regime de tributação no Lucro Presumido, Lucro Real ou até mesmo o Simples Nacional. Este último tem regras próprias e deverá ser observado se a empresa poderá ou não participar deste regime simplificado.
“O Simples Nacional, em geral, é a forma mais vantajosa de tributação. Por conseguinte, faz-se necessário um estudo tributário para confirmar se essa escolha é a melhor para a empresa”, diz. Santana acrescenta que é fundamental, para a sobrevivência de uma empresa, um estudo tributário minucioso, não somente para uma redução de carga tributária, mas também a fim de assegurar se as operações fiscais e o recolhimento dos impostos estão sendo realizados corretamente.
3. Fique atento aos custos operacionais
Transferir o mínimo de aumento nos preços dos produtos é um dos principais objetivos do varejo a fim de não impactar o orçamento dos consumidores e manter sua fidelidade. E um dos fatores que têm prejudicado no alcance desses objetivos é o reajuste na tarifa da energia elétrica, que vem ocorrendo desde o fim de 2014. “A energia elétrica é, certamente, uma fonte de despesas significativa para o varejo e, neste contexto, é importante sempre adotar iniciativas que permitam a redução constante”, aconselha Itano.
Conforme explica o vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Erlon Ortega, somente no estado de São Paulo, a despesa média com energia subiu do equivalente a 0,9% do faturamento dos supermercados no ano passado para 1,7% em 2015, superando os gastos com aluguel, que respondem de 1% a 1,5% do faturamento. Esses custos passaram a ser a segunda maior despesa em algumas redes supermercadistas, ficando atrás apenas da folha de pagamento.
Fonte: revista Decnews – edição 46, reportagem de Kathlen Ramos Foto: ShutterStock
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