De janeiro a março, os fabricantes de genéricos contabilizaram crescimento de 9,28% nas vendas em unidades frente a igual período do ano anterior. No total, foram comercializadas 356,7 milhões de unidades de genéricos no país contra 326,4 milhões de unidades no primeiro trimestre de 2018. Os dados são do IQVIA, empresa especializada na auditoria de vendas da indústria farmacêutica.
O crescimento dos genéricos foi 4 pontos percentuais maior que o verificado pelo mercado farmacêutico total, que fechou o primeiro trimestre com 5,28% de crescimento, registrando 1, 038 trilhão de unidades comercializadas.
A confiança dos médicos ajudou a impulsionar as vendas de genéricos. Dos 10 medicamentos mais prescritos no País, seis são genéricos, segundo a auditoria de receituário realizada pela IQVIA nos balcões das farmácias.
Destaque dos genéricos entre doenças crônicas
O fenômeno de crescimento dos genéricos é especialmente acentuado no caso de medicamentos para doenças crônicas. As vendas de genéricos para o tratamento de hipertensão arterial, por exemplo, cresceram 13,88% no acumulado dos 12 meses móveis encerrados em março. No mesmo período, os similares avançaram apenas 0,48% e as vendas de medicamentos de referência para o tratamento da doença encolheram -6,44%. Os genéricos representam hoje 70,82% dos medicamentos para hipertensão comercializados no País.
No caso dos antilipêmicos, usados para o controle do colesterol, as vendas de genéricos avançaram 21,67%. No mesmo período, as vendas de similares e de referência registram recuo de 18,7% e 1,32%, respectivamente, nesta classe de medicamentos. Os genéricos detêm hoje 68,31% do share em unidades para esta classe de medicamento no mercado brasileiro.
“Os genéricos são hoje o principal instrumento de ampliação de acesso a medicamentos no País”, diz a presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), Telma Salles. O fenômeno é uma combinação de preços mais baixos frente a medicamentos inovadores, garantia de qualidade e eficácia, e confiança da classe médica.
“Os brasileiros encontram nos genéricos a possibilidade de seguir seus tratamentos gastando significativamente menos, o que é muito relevante em um momento como esse em que temos mais de 13 milhões de desempregados e a economia ainda não encontrou o caminho da recuperação”, acrescenta Telma.
Mais economia
Os genéricos custam, por lei, 35% menos que os medicamentos de referência. Mas na média, os descontos oferecidos pelos fabricantes são ainda maiores. Essa diferença de preço tem forte impacto no bolso do consumidor.
Desde que os primeiros genéricos chegaram ao mercado em 2000 (a Lei 7.789 que instituiu os genéricos é de 1999), os genéricos já proporcionaram uma economia de R$ R$ 132 bilhões em gastos com medicamentos para os consumidores brasileiros. O número considera apenas os descontos previstos em lei para os genéricos.
Atualmente existem 120 laboratórios que produzem genéricos no país. O mercado brasileiro tem 3.700 registros de genéricos, que cobrem mais de 95% das doenças conhecidas.
Fonte: Guia da Farmácia
Foto: Shutterstock
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