Diversos empresários do setor de farmácias de manipulação vêm sendo surpreendidos com o bloqueio e banimento de seus números no WhatsApp, principal aplicativo de mensagens usado no Brasil. De acordo com o relatório mais recente da empresa de análise de mercado App Annie, estima-se que o programa tenha cerca de 200 milhões de usuários mensais no País. Segundo informações publicadas na Folha de S.Paulo, 500 estabelecimentos foram prejudicados com o cancelamento.
De acordo com o diretor executivo da Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Marco Fiaschetti, essas ações estão impactando negativamente todo um setor. “As farmácias realizam um trabalho fundamental para a saúde da população, dentro das normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e das demais autoridades, que reconhecem a importância do atendimento remoto no acesso dos pacientes a esse serviço. Com os bloqueios, inúmeros pacientes estão tendo dificuldades para pedir orçamentos e verificar a disponibilidade nas farmácias”, afirma.
Farmácias de manipulação: prejuízos do banimento de contas do WhatsApp
Diante da arbitrariedade desses bloqueios indistintos, a Anfarmag entrou na justiça representando as farmácias de manipulação associadas. A associação recebeu os primeiros relatos de farmácias que tiveram seus números bloqueados em 03 de outubro e, alguns dias depois, já eram centenas de casos. Além disso, muitos empresários alegam que estão sendo bloqueados sem nenhuma notificação prévia. “Isso está gerando prejuízos incalculáveis, tanto às empresas, quanto aos clientes, que, de uma hora para outra, perderam a conexão conosco”, relata o farmacêutico e proprietário da Farmácia Biológica, em Cuiabá (MT), Célio Fernandes.
O empresário conta ter sido banido do WhatsApp Business na última semana. “Desde então, tenho buscado entender o que houve, mas não obtive nenhuma resposta oficial”, completa. A categoria “Negócios” do software foi justamente desenvolvida com recursos para empresas automatizarem, classificarem e responderem rapidamente as mensagens de clientes.
Além dos impactos financeiros, as farmácias de manipulação alegam falta de transparência da companhia americana ao executar a recente decisão. “O WhatsApp pertence ao megagrupo Facebook, que detém os mais populares programas de comunicação mundiais. Por agirem de forma tão irresponsável, devemos levantar uma reflexão: até que ponto esse monopólio impacta negativamente os cidadãos. Apenas no nosso caso, são milhares de consumidores que não estão conseguindo ter o mesmo acesso de antes às farmácias de manipulação, que preparam medicamentos e produtos farmacêuticos personalizados para a saúde e, muitas vezes, de urgência”, conclui Fiaschetti.
Foto: Shutterstock Fonte: Presoti Comunicação
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